Compostagem no
Colégio Estadual Antônio Quirino - Visita 04
Situação em 24 de outubro de 2013, por ocasião de nova visita à operação de compostagem em andamento no CEAQ com apoio da equipe do programa de Coleta Seletiva Solidária, do INEA-RJ, em Visconde de Mauá. Como a prática da compostagem lida direto com "lixo orgânico", é sumamente importante que a área seja esteja sempre limpa como um jardim japonês, não só por questões de higiene e saúde, evitar vetores, mau cheiro etc., mas também por razões estéticas, pedagógicas e até "astrais" (*). A maioria total dos jovens relutará em participar das operações de compostagem no Colégio se o local lhes parecer sujo e miserável, com resíduos orgânicos aparecendo... e devemos prever também a possibilidade de a minicentral atrair eventuais visitas de autoridades, jornalistas, educadores de outras escolas etc. |
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Acima: Cobrir
os compostos com plástico é uma alternativa para evitar que a água da
chuva
encharque o material, expulse o ar, e transforme em anaeróbio o
processo que deve ser aeróbio. Porém o plástico apresenta vários
problemas, pois precisa ser retirado quando não estiver chovendo, para
não abafar a aeração do composto, e reposto quando chover mais pesado.
Fica
logo sujo e envelhecido pelo sol, acaba rasgando e se tornando um lixo
não reciclável (por estar sujo de terra e lama). Além disso, uma minicentral de compostagem fica muito mais bonita sem nada de plástico à vista. A solução mais adequada é cobrir toda a área (25m2) com telha translúcida (de plástico, porém bonita, durável, reciclável, e fica no teto, não no chão), ou sapê etc., sobre uma estrutura de bambu ou madeira. Abaixo: É importante manter a área da compostagem sempre limpa, como na minicentral comunitária do Centro Cultural Visconde de Mauá, mantendo-se capinados (e varridos) os espaços entre os compostos e ao seu redor. Além do aspecto visual, há o sanitário; assim se evita o acúmulo de pequenos detritos de lixo orgânico no meio do capim, que vão se decompor fora das condições ideiais proporcionadas pelo composto, em virtude de seu volume e microbiologia, e da temperatura que alcança. |
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Acima, à esquerda: O
prof. Eduardo Ribeiro planta mudas variadas junto à cerca. À direita,
o mesmo setor da minicentral depois de capinado entre e ao
redor dos canteiros. Abaixo: Outro ângulo da minicentral antes e depois de capinado, por motivos sanitários, estéticos e didáticos. |
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Acima:
Todos os três compostos foram preparados nos últimos 40 dias. O ideal
seria fazer apenas um, maior, dentro das medidas consagradas pelas
pesquisas e experiência internacional:
largura na base entre 1,5 e 2,0
m; e altura entre 1,0 e 1,8 m. Nenhum dos três compostos vistos
acima
tem mais de 40 cm de altura, nem mais de 0,8 m de largura. O
comprimento pode ser qualquer um, mas superior a 1,0 m. A principal razão técnica para esse volume mínimo é que um composto tão baixo como os das fotos não esquenta o conveniente para as bactérias termofílicas que precisam atuar no fase inicial da decomposição - fase crucial para transformar os resíduos orgânicos em um adubo saudável num prazo curto (4 a 5 meses), sem necessidade de revirar para acelerar o processo. Outra razão técnica irrecusável é que compostos pequenos e baixos como os da foto tendem a ficar mais secos do que deveriam. Além disso, os três compostos acima já ocuparam praticamente a metade da área disponível na minicentral; onde se pretende, então, fazer os "três compostos" de novembro, os três de dezembro, e os três de janeiro, antes que os três preparados em outubro estejam prontos e liberem o espaço? Outra vantagem de preparar um composto por mês é facilitar o controle do tempo em que os materiais ficam compostados, o número de compostos produzidos etc. Aliás, com um mesmo volume de resíduos, preparar três compostos - em vez de um só - vai dar três vezes mais trabalho para mantê-los limpos e capinados em volta, para protegê-los da chuva etc... |
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Acima: Outra
visão da minicentral, antes e depois da capina. Um composto bem feito
pode ter até 5% de terra misturada nele; acima desse teor, o
processo é prejudicado. Abaixo: Convém retirar esses caixotes de madeira e guardá-los em outro lugar, ainda que se planeje usá-los um dia. A compostagem de residuos orgânicos urbanos - ainda mais do lixo de cozinha de um Colégio que atende centenas de usuários diariamente - é uma operação técnica cuidadosa e sofisticada, ainda que simples e natural, que lida com vários processos físico-químicos, biológicos, ambientais, culturais, econômicos, e por isso a organização do espaço é fundamental para que não surjam impactos negativos. Não há nada de errado em ser organizado. Tudo que é orgânico é organizado. Um visual "caído" afasta os alunos e carece do sentido pedagógico de acostumar os jovens com ambientes produtivos mais organizados e bonitos. |
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Acima: Dois
composteiros Reduzo
Lixo em pequeno quintal domiciliar - a organização e limpeza
precisam ser visíveis para serem reais. Abaixo: Uma vista da minicentral do CEAQ depois de receber o trato cultural. Só faltou juntar os três montinhos em um composto mais técnico, abrindo então o espaço para o composto de novembro e o de dezembro. Os canteiros da horta só poderão ser devidamente cultivados - e não tomados e retomados pelo mato (há anos) - se for criado um "clube" de estudantes envolvidos, organizados, preparados e motivados - inclusive pelo aspecto do empreendedorismo e da geração de renda em grupo . |
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(*) Conforme Rudolf Steiner e a agricultura biodinâmica |
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Acompanhe a implantação da compostagem no CEAQ desde o início | Visite a página 05
para acompanhar o desenvolvimento deste projeto |
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