|
|
A Escola da Granja das Oliveiras (cerca de 1.200 crianças e jovens de uma "cidade-satélite" das mais carentes do Distrito Federal) teve seu primeiro contato com os Companheiros das Américas em 1997, quando foi visitada por um grupo de estudantes de uma escola situada em um dos bairros mais pobres de Washington DC. Estes alunos visitaram o Brasil por meio de um programa, de iniciativa de uma professora ligada ao comitê Washington DC dos Companheiros, que selecionou os estudantes mais motivados a fazerem uma viagem ao Brasil. Tinham que tirar boas notas, aprender um pouco de português e sobre o Brasil, e realizar tarefas comunitárias.
A visita deles a Brasília,
e particularmente a visita à Granja das Oliveiras nos levou a organizar
a contrapartida, selecionando e levando igualmente seis estudantes carentes,
mas motivados, a visitarem a capital norte-americana.
Gilvaci, diretora da Escola Granja das Oliveiras, na foto com Annie Miller (que criou o intercâmbio de estudantes de comunidades carentes americanas e brasileiras), é vice-presidente do Comitê Brasília-Washington DC dos Companheiros das Américas.
A viagem foi realizada em 1998, levando também 4 professoras além
dos seis alunos. As passagens foram doadas pela Vasp e, em DC, todos ficaram
hospedados em casas de membros de nosso comitê naquela cidade. A diretora, Gilvaci R. Azevedo, e três professoras, participaram do treinamento e perceberam sua eficiência. Depois foi a vez de Gilvaci visitar os Estados Unidos, com outros colegas da Secretaria de Educação, em um programa promovido pela USIS. Entre as visitas que realizou, Gilvaci esteve em escolas que utilizam a metodologia do Character Counts!, e pôde perceber seu efeito positivo no ambiente escolar. O trabalho que ela testemunhou na Gaithersburg Middle School a fez decidir-se por apresentar o método a seus alunos e professores. Em abril de 1999, Gilvaci organizou um seminário para falar sobre o Caráter Conta! aos professores da Granja, que gostaram da idéia e passaram a trabalhar com os alunos, usando o material em português, já disponível no Brasil. Nossos alunos - diz Gilvaci - estão gostando do método e até já começaram a realizar trabalhos voluntários, como pedir frutas na comunidade para doá-las a um asilo de idosos. Levaram as frutas, cantaram e passearam junto com eles. Outra iniciativa dos alunos, fruto também do programa, foi a organização de grupos em defesa do meio ambiente, que, inclusive, tem colaborado para a limpeza da escola. Agora, quando encontraram objetos perdidos, os estudantes os entregam à direção ou a um dos professores. Também o roubo de objetos diminuiu consideravelmente, e os acidentes no recreio, antes comuns, praticamente não acontecem mais... Outra evidência da qualidade do programa é que os alunos aprenderam a dividir o material esportivo e a respeitar os direitos uns dos outros. Sabemos que muitas mudanças ainda precisam acontecer, confirma Gilvaci, porém percebemos que começamos bem e certamente continuaremos a trabalhar com o método para ajudar outras 400 crianças e adolescentes que ainda não tiveram contato com o Caráter Conta! E pretendemos passar nossas experiências para outras pessoas, outros educadores, para facilitar sua tarefa de ajudar os jovens a construirem o seu caráter sobre bases éticas bem sólidas. |