Fotos em Itamonte, em 20 de março de 2014

Ao chegar na periferia urbana de Itamonte, na manhã do dia 20 de março, percebemos este ponto de ônibus transformado em lixão comunitário. Quando passamos de volta pelo local, no início da tarde, havia pessoas aguardando condução sob o telhado. Em dias de chuva e horários de pico, os usuários devem disputar espaço com esses resíduos molhados. Na foto vê-se bem como a gestão adequada do lixo envolve o desenvolvimento de ações junto à prefeitura e junto à comunidade. Mas depende primeiramente do envolvimento do poder público municipal. Havendo esse comprometimento da prefeitura, conscientizar a comunidade de suas responsabilidades com o lixo que gera fica bem mais fácil.

Abaixo, fotos, no mesmo dia, feitas no mesmo dia, na "usina" de separação de resíduos sólidos do município de Itamonte. Nela trabalham 13 "cooperados", que separam manualmente o lixo que chega todo misturado da sede do município. O volume de recicláveis que conseguem separar é vendido a uma empresa de Passa-Quatro, que envia um caminhão para buscar os fardos prensados duas vezes por semana. A faturamento permite uma renda média para cada cooperado de R$ 800,00, por mês.

É pensar que todo esse lixo já representou lucros, riqueza e bem-estar para tantas pessoas, mas a sua destinação final é relegada à carência total de recursos técnicos e humanos à altura. Tanto dinheiro e apoio para produzir e comercializar todos esses bens, e depois os pobres cooperados (e a natureza) que se virem para esconder os resíduos finais de nossas vistas. Um caminhão basculante da prefeitura descarrega uma carga lotada de sacos de lixo misturado. Como a esteira que facilita a separação está quebrada, os sacos são abertos, os recicláveis reaproveitáveis separados, e o refugo fica por ali em volta. Em primeiro plano, os fardos de plástico, papel, papelão e metais. Os cooperados desistiram de separar os artigos de vidro porque seu preço não compensa o trabalho: R$ 0,03 o kg (R$ 300,00 por 10 toneladas). Ao fundo, a esteira desativada.