Folha de São Paulo - 03/08/2013 - 07h30 Superlotada, Gramado (RS) suspende instalação de novos hotéis FELIPE BÄCHTOLD DE PORTO ALEGRE Ver comentário abaixo
Superlotado, o município de Gramado, destino turístico badalado da serra gaúcha, decidiu suspender por três meses a análise de novos projetos de hotéis na cidade. Com a crescente demanda de visitantes, a cidade enfrenta dificuldades estruturais. Segundo a prefeitura, a medida, em vigor desde a semana passada, servirá para reavaliar o crescimento, analisar o plano diretor e elaborar alternativas de expansão sem danos ao ambiente. Gramado possui 32 mil habitantes, mas tem uma oferta de 11,5 mil leitos para hospedagem. O trânsito gerado pelos visitantes é apontado pelos moradores como um dos principais problemas. Consolidada como destino de inverno no país, a cidade recebe em sua maioria visitantes de fora do Estado. O "Natal Luz", festival que ocorre de novembro a janeiro, atrai 1 milhão de pessoas, segundo os organizadores. Sandra Lemos, dirigente de uma associação local de empresários, diz que o município viu a "expansão da classe C" no turismo e que os serviços públicos não evoluíram. "Há problemas de infraestrutura de transporte, de instalação de esgoto. Já que não dá para crescer com qualidade, houve a 'moratória'." Ela diz ser contra a instalação de hotéis de perfil "econômico e altamente popular". Segundo o vice-prefeito Luia Barbacovi (PSDB), o "excesso de oferta" na hotelaria pode gerar queda da qualidade."Alguns hotéis podem, na ânsia de ocupar, fazer preços para complicar a concorrência, e desqualificar o serviço." Para Barbacovi, a cidade precisa se preparar para evitar "problemas de infraestrutura no futuro". Comentário de Joaquim Moura: Só 3 meses? Tinha que ser 3 anos, ou até 3 décadas, para sustar o processo de degradação e permitir o surgimento de uma nova mentalidade, de uma nova compreensão, e a formulação de um novo marco legal - urbanístico e ambiental - mais sustentável a longo prazo. Também em Visconde de Mauá é urgente uma moratória para conter o aumento cada vez mais predatório da pressão turística sobre os atrativos naturais locais. |