Os textos abaixo foram enviados por Ivan Lopes, comentando dois textos previamente publicados no portal "amgosdemaua.net" (assinalados abaixo), e são muito bem vindos por explicitarem alguns argumentos pelos quais tantos empresários locais consideram descabidas e até abusivas as preocupações de quem teme os impactos previsíveis com a pavimentação do acesso à região sem as devidas salvaguardas ambientais e preparações da comunidade.

Obs. Para evitar constrangimentos para o autor e para os editores deste portal, os textos vão aqui publicados ipsis litteris, conforme foram enviados por ele e recebidos por nós.


Os Radicais Livres Fazem Mal a Saude

Sr. Claudio:

Li o seu artigo no jornal Ponte Velha. Muito bem escrito. O senhor quase me convenceu da sua luta pelos valores politicamente corretos da preservação ambiental. O quase, fica por conta do discurso sem criatividade, válido para qualquer quintal que tenha mais de três arvores.

Claro que o homem urbano está estressado. Claro que a natureza deve ser preservada em prol da saude de nosso planeta e, claro que o "consumismo desenfreado" é predador.

Sr. Claudio, quanto lugar comum e quanto oportunismo carrega o seu artigo.

Obviu que o senhor não participa das reuniões da comunidade. Se o senhor tivesse a humildade democratica de ouvir a maioria absoluta dos habitantes da nossa Visconde de Mauá, comprenderia de imediato que todos, todos nós, desejamos mais que ninguém a preservação do nosso maior capital: a natureza que nós cerca.

O senhor, em alguma época, tentou nos representar. Foi cadidato a vereador. Seu pleito não foi atendido pela comunidade. Por que agora o senhor tenta fazer da sua opinião a opinião que carrega a verdade. Por que o senhor põe em dúvida o valor da nossa opinião, que é a opinião da maioria?

O filósofo urbano Joãozinho Trinta cunhou uma pérola do pensamento popular: "Quem gosta de pobreza é intelectual..." É em escritos como o seu artigo no Ponte Velha que podemos aferir a veracidade desta afirmativa.

A nossa região empobrece a cada dia que passa. Será que o senhor não percebe que a nossa "sustentabilidade" depende inteiramente dos turistas que se hospedam em nossos hoteis, comem em nossos restaurantes, compram nossos artesanatos, andam em nossos cavalos, alugam nossas bicicletas, compram mel de nossas abelhas...

Será que o senhor não percebe que sem estrada não teremos turistas e sem turistas não teremos re nda e sem renda viraremos uma FAVELA. E favela, nunca é ecológico. Pobreza não é ecologicamente correto.

Sr. Claudio, é demais o senhor acreditar que somos um bando de tolos vendidos ao capitalismo, aos políticos ou a quem quer que seja. Pelo contrário, somos bem formados, bem informados e de bém com a vida que escolhemos viver em Visconde de Mauá. Aqui investimos nosso capital de vida. Somos empregados e empregadores.

Não aceitamos que um pequeno grupo, que se crê dono da verdade, queira nos monitorar, representar, conduzir ou ensinar preceitos ecológicos - preservacionistas. Foram justo esses temas que nos troxeram para Visconde de Mauá.

O seu discurso radical, com todas as palavras da moda, tem claque garantida. A Geni do momento é qualquer empresário ou cidadão que queira morar e trabalhar fora dos centros urbanos com conforto e dignidade. E este é o nosso caso.

Claro que é absolutamente pos s ivel conciliar progresso e preservação do meio ambiente e este será o nosso desafio. Estamos nos preparando para o que está para vir. As leis ambientais estão consolidadas e do nosso lado. Se colocadas em uso em sua plenitude não acontecerá em nossa região o que aconteceu com destinos turisticos que se consolidaram nas decadas passadas.

Como residente na região, o senhor está convidado a participar deste desafio. Mas por hora, por favor, não nos substime.

Cordialmente, Ivan Lopes de Almeida
hoteleiro residente

A Fé do Grupo dos Doze

À nossa Comunidade:

A maneira de proceder deste grupo de 12 pessoas , esta nos manuais das "minorias barulhentas". Eles existem no mundo todo em todos os ramos de atividade. São cidadões que tem grande dificuldade em se expressar coletivamente, democraticamente, em assembleias ou reuniões comunitárias. Êles se agrupam em torno de uma opinião e acreditam que unidos, conseguirão fazer essa opinião ser consagrada como verdade única. Jesus Cristo seus discipulos e seguidores, tentam issso há 2010 anos.

Felizmente, a humanidade segue podendo professar outras religiões e não só a de Roma.

Hugo Chaves, Fidel Castro, Mahnoud Ahmadinejad, só para ficar com os mais barulhentos da nossa era, pensam e agem dessa maneira. Êles são a verdade; não importa o que a maioria ignara, isso que chamam de "povo", comunidade, pensa ou acha.

Numa época em que cada vez mais fica claro os exageros e prolixidade de nossas leis ambientais, que de "cientifica" tem muito pouco, por ser uma matéria nova, onde várias de suas acertivas não são estribadas em comprovação laboratorial, mas sim observações empíricas, e portanto, passiveis de correções face a novas observações, é um exagero, um quase desrespeito a inteligencia mediana, um pequeno grupo querer fazer valer a sua verdade.

Se nossos juizes e legisladores tem enorme dificuldade em lidar com as recem criadas leis ambientais, faze-las serem implementadas e aplicadas, como essas 12 pessoas, falando em nome de nossa comunidade, já sabe como faze-lo?

Não. êles não sabem. Êles apenas tem fé. Uma fé suficientemente forte para fazer do meio ambiente uma religião.

Ivan Lopes de Almeida, estivador hoteleiro