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famigerada ESTRAGA-PARQUE: Texto e conjecturas de Lino Matheus Para se construir a Rodovia ( de apenas 14 Km ) Capelinha - Mauá RJ 163 , perpetrando a aberrante desconstrução da Estrada-Parque existente, mais um futuro e dispensável trecho (de 9 km ) entre Maromba e a Ponte dos Cachorros, além de outras obras cosméticas, o governo do Estado estará gastando - conforme noticiado na imprensa – cerca de US $ 50.000.000,00 ( isto mesmo, cinquenta milhões de dólares... ). Qualquer pessoa de bom senso percebe que - da maneira como está sendo executada - esta é uma obra tecnicamente equivocada e desnecessária, visando, como sempre e tão somente, beneficiar empreiteiras e maracutaias políticas eleitoreiras e agradar uma minoria de empresários, hoteleiros e comerciantes regionais, que defendem a turistificação acelerada e a qualquer custo da nossa região. Estes últimos, de forma incompreensível, colocam-se na contra-mão das graves questões sócio-ambientais envolvidas, desprezando de forma grosseira os argumentos e os alertas de ambientalistas com longa vivência na região e permanecendo completamente alheios às preocupações com as crises ambientais e geopolíticas que se avizinham. Unem-se para matar a “ galinha dos ovos de ouro “, de que dependem os seus próprios negócios e deixam a região mais vulnerável e sem outras opções econômicas. Assim, jogou-se fora uma chance única de se estabelecer aqui um novo e adequado paradigma para o entendimento de como tratar os acessos, estradas e vias dentro da APA da Mantiqueira, consolidando e preservando essa nossa antiga estrada-parque ( que, em si, já representava um valor ecológico e paisagístico incalculável ) e, com isso, transformou-se essa oportunidade em um perigoso foco de toda a espécie de problemas futuros: ambientais, sanitários, de segurança pública, numa palavra, de riscos e danos sociais e culturais irreversíveis, com o comprometimento da qualidade de vida das comunidades regionais. Apenas para se ter uma ideia do absurdo desperdício que foi feito com o dinheiro público, registraremos, a seguir, algumas estimativas e alternativas, mais benéficas e prioritárias para a população, que poderiam ter sido consideradas em razão do alto montante de recursos disponível. Primeiramente, devemos colocar aqui quais seriam os custos reais de melhorias básicas , satisfatórias e adequadas, para a referida estrada, isto é, para uma genuína Estrada-Parque. Estas melhorias se resumiriam basicamente a : calçamento com blocos ( ou paralelepípedos ), macadamização ou o outra opção ecológica e paisagisticamente conveniente, melhorias em alguns trechos, instalação de sinalização adequada, respeito ao traçado existente e sua largura média ( nos poucos trechos mais estreitos sinalização e controle do trânsito de caminhões pesados e limitações de velocidade, como seria indicado para uma verdadeira estrada-parque ), evitando sobretudo intervenções mecânicas violentas, como as que foram feitas nas encostas e margens, e, finalmente, as necessárias canalizações e bueiros para o escoamento das águas, etc. Pelas nossas pesquisas e cálculos, baseados em idênticos procedimentos, em outros países, como os USA, Costa Rica, etc, o valor do km construído estaria em torno dos US $ 500.000,00 ( cerca de R$ 800.000,00 ) por km . A esse custo, toda a nossa estrada seria calçada e melhorada a um gasto aproximado total de R$ 12.000.000,00 ( US $ 7.000.000,00 ) uma fração do valor atual que está sendo despendido...! [ Ainda que custasse R$ 20.000.000,00 isto representaria 1/4 apenas, desses recursos...] Essa opção ( que era a consensual ) de execução da obra, de forma correta, observando-se as necessárias cautelas e critérios ambientais, sem açodamentos e sem envolvimentos com as grandes empreiteiras, além de preservar o inestimável acervo florestal e paisagístico ali presente - ao invés de destruí-lo como está sendo feito - teria a vantagem de poder ser realizada (a custos mínimos como vimos ) por pequenas empresas regionais e, sobretudo, gerando algumas centenas de empregos locais, ao longo de prazos mais extensos. Além disso, se utizados blocos ou bloquetes, seria possível estabelecer ou re-ativar manufaturas locais ( em Bocaina existia uma, da própria Prefeitura, assim como em Resende ) economizando e criando ainda outras oportunidades de emprego, mantendo esses valores importantes em circulação dentro da região ao invés de destiná-los ao lucro das grandes empreiteiras externas. Nada disso foi pensado ou considerado, apesar dos argumentos, proposições e alertas dos ambientalistas e dos muitos moradores que há anos convivem com as questões regionais e têm verdadeiro entendimento das prioridades locais. Os interesses comerciais imediatistas, a ganância de um grupo de empresários de estreita visão, a conivência de políticos oportunistas e a manipulação da opinião pública.... além da incapacidade de planejamento técnico responsável, somaram-se para trazer ameaça e degradação à um estratégico trecho de Mata-Atlântica, anteriormente em regeneração, estável e de grande valor, beleza e importância. De agora em diante conviveremos com as ameaças de repetidos deslizamentos ( que já vêm acontecendo, em contraste com a antiga estrada que, mesmo sem manutenção adequada, jamais teve deslizamentos significativos) e, consequentemente, sempre maiores despesas e agressões ao Meio Ambiente. Por trás dessa questão, desde o início, há interesses duvidosos, culpados e conivências.... Algumas benfeitorias e projetos que seriam viáveis utilizando-se de maneira criteriosa e responsável os recursos disponíveis gastos apenas na estrada :(valores superestimados com margem máxima de custos)
Restando ainda idêntico
valor para outros projetos e obras necessárias....
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