Interactivos?'13 Nuvem
Autonomias: ciências da roça


Relato dinâmico do processo por Joaquim Moura - versão até 11/09


Monitoramento da temperatura alcançada pelo composto preparado durante o evento


Este relato reúne as primeiras visões da reunião de apresentação dos participantes da residência tecnológica-artística "Interactivos?'13 Nuvem", realizada na sede da Nuvem Hack-roça, em Visconde de Mauá, no período de 5 a 20 de setembro de 2013.

Cinco projetos serão desenvolvidos simultaneamente:
  • dois por proponentes brasileiros (bioconstrução com bambu e compostagem urbana);
  • três por proponentes estrangeiros (todos ligados ao uso de recursos eletrônicos para aumentar a autonomia e a sustentabilidade de comunidades rurais).
De qualquer modo, a maioria dos participantes (tantos os cinco proponentes dos projetos selecionados, quanto os quinze colaboradores voluntários) são bastante proficientes em eletrônica e programação, incluindo vários engenheiros de várias especialidades, físicos, químicos, matemáticos etc., embora também as artes, a pedagogia e a permacultura estejam bem representadas. Também é grande a intimidade e a identificação de todos com plataformas abertas, wikis, programas open sources, redes livres etc.  

Quase todos conhecem e falam muito de um programa/plataforma chamado "Arduino", que eles usam para programar os componentes dos diversos aparatos eletrônicos que constróem, com variadas finalidades cibernéticas e telemáticas que prospectam soluções para o futuro.



Foram improvisadas três bancadas onde são montados os circuitos dos artefatos imaginados, e os seus desempenhos programados com ajuda do Arduino.

Os jovens cientistas são capazes de ficar seis, oito horas, em volta de um pequeno pedaço de plástico próprio para montar circuitos, onde inserem inúmeros e minúsculos componentes eletrônicos e fios fininhos que tiram de inúmeras caixas de plástico (que quase todos trouxeram em suas mochilas), divididas em partições repletas de transistores, capacitores, diodos, leds coloridos, potenciômetros,minibaterias, e sensores diversos, que usam para construir os seus engenhos eletrônicos.
Abaixo, uma impressora 3-D (a primeira que vejo pessoalmente), pronta para "imprimir" em plástico ABS os componentes mecânicos necessários para construir os aparatos projetados para realizar diversas tarefas, controlados pelos circuitos eletrônicos programados pelo famoso "Arduino".
É interessante notar que (nesse modelo de impressora) o plástico ABS usado vem na forma de um "espaguete" enrolado, que se vê suspenso na luminária na parede (foto à direita).
A foto final, abaixo, mostra uma espécie de pirâmide em cinco degraus (descentralizados), que a impressora produziu na nossa frente (demorou muitos minutos), como teste para verificar a precisão do sistema e a eventual necessidade de regulagem em algum de seus três eixos (a mesa vermelha se move para frente e para trás, e a cabeça de "impressão", por onde passa o ABS derretido, se move para os lados e verticalmente).
Notem que a impressora tem seus componentes estruturais feitos em madeira (uma espécie de compensado bege), usando-se o metal somente onde ele é indispensável e reduzindo-se surpreendentemente o uso de peças e carenagem em plástico. As poucas peças em plástico podem ser confeccionadas em um impressora 3D, e todo o equipamento pode ser feito (montado) em casa, por menos de 1 mil reais.
Mais abaixo, duas fotos da casa-sede da Nuvem Hack-Roça, no vale do Pavão, região de Visconde de Mauá.