Mauatur incita desavisados a pressionar o perito e o juiz que
vieram vistoriar "possíveis" danos ambientais ocorridos nas estradas
da região
Parece que a diretoria da Mauatur perdeu de vez o senso da realidade. Por Joaquim
Moura
.
Agora está usando o portal
"visiteviscondedemaua.com.br", construído com recursos públicos (via
convênio com o Sebrae), para pressionar o trabalho do perito indicado pelo juiz para avaliar
os danos ambientais apontados pelo ICMBio e Ministério
Público, certamente pretendendo influenciá-lo em sua decisão e levar o
juiz a julgar de acordo com os interesses daquela entidade.
Esta mensagem da Mauatur (com
recursos públicos via Sebrae) não pode passar em brancas nuvens. Não
pode usar recursos públicos para ajudar uma entidade comercial a expor
à violência do setor mais atrasado da população quem está exigindo - com
todo o direito e até com o dever - o cumprimento da legislação
ambiental, hoje esbulhada nessa dinâmica, conforme o entendimento do
ICMBio e do MP.
É preciso lembrar à alta direção do
Sebrae-RJ que o
Plano
Estratégico que a
entidade está fazendo será puro desperdício de dinheiro público (pago
pelo governo do estado do Rio) se o seu principal parceiro, a
Mauatur, continuar se portanto de modo arbitrário, suspeito e
inadmissível, hostilizando quem terá - ou teria - um papel indispensável
na implementação do mencionado Plano Estratégico: as ONGs socioambientais e suas lideranças, os cidadãos e cidadãs
mais conscientes,
os educadores socioambientais, os comunicadores, os biólogos, os agrônomos, os
engenheiros, os artistas, os consultores, os produtores
agroecológicos, os produtores culturais e os professores e seus
jovens.
Todos eles,
que constituem um recurso local inestimável em termos de
capital social, estão
potencialmente desejosos de
ajudar como voluntários no processo de
desenvolvimento sustentável da região, mas desde que num modelo
de fato particípativo, valorizando devidamente as suas preocupações ambientalistas,
e não pautado pela Mauatur e seus métodos desrespeitosos,
vergonhosos, inaceitáveis e
anticidadania.
Se o Sebrae-RJ insistir em só
interagir com os empresários locais - ainda mais cujas lideranças usam
métodos desse nível -, e continuar desprezando todo o potencial, toda a
experiência, toda a inteligência de quem trabalha com desenvolvimento
socioambiental, educação, cultura e comunicação há décadas, só pode ser
por motivos espúrios.
Obs.: Essa não foi a
primeira vez ((
ver antecedente recente aqui
)) que a Mauatur usa o
portal criado com recursos públicos via Sebrae-RJ para tentar influenciar
a decisão do juiz e para expor "algumas pessoas da região" à truculência
dos setores mais atrasados e brutais de nossa
comunidade.
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