Creche gigante e mal localizada atravanca a vila de Visconde de Mauá


Não são apenas as intervenções desastradas do governo estadual - como a interminável novela do Centro de Turismo e Artesanato (ver fotos antigas e futuras) e a obra atual e irregular do DER - que vão degradando o nosso "visual" e o clima rural que antes compunham o apelo turístico da região, juntamente com suas belezas naturais.

As fotos abaixo da nova creche mostram a dimensão de mais um empreendimento que irá atravancar e desfigurar ainda mais a vila de Mauá, embora nela existam muito menos crianças do que no Lote 10, onde a população é maior, as famílias mais numerosas e a renda é menor.

Era lá perto que a creche deveria ter sido construída (e não um quilômetro distante de onde mora sua clientela), para evitar uma caminhada cotidiana, nos dois sentidos, de mães já fatigadas pelo trabalho diário e condições humildes de vida.

No local qua acabou escolhido pela prefeitura para a creche, a comunidade queria a criação de uma pracinha - pois não tem nenhuma na vila - que agregasse valor a este nosso destino turístico, de cuja receita dependem essas mães e todos nós para melhorar o padrão de vida.

Outro aspecto notável é a exiguidade, na futura creche, de áreas livres e naturais, que são poucas e espremidas entre os vários "pavilhões".
Deve ser para já ir acostumando as crianças com nossa região cada vez mais urbanizada e desinteressante, apesar do esforço de quem percebe os riscos crescentes.

A obra acima está sendo realizada no terreno do DER, da Seobras do estado do Rio, logo depois do "Centro de Turismo e Artesanato" (também conhecido como "elefante branco"). No local havia, bem mais recuado, um depósito de materiais coberto por um telhado precário. 
Notem que agora está sendo construída uma parede bem mais avançada do que o recuo tradicional que sempre houve no local, e reparem que a parede vai continuar até bem perto da esquina.
E, para evidenciar o caráter clandestino e ilegal da obra, não há a placa regulamentar, informando o seu responsável técnico, o prazo e o valor.



Ao lado, outra visão do complexo da creche.
Acima, o detalhe mostra que o projeto seguiu o modelito do Centro de Turismo e Artesanato: grandes áreas expostas (frontões) à chuva, com beiral mínimo que mal impede que se molhem e fiquem logo mofadas como acontece no nosso "elefante branco".

Abaixo, a creche construída recentemente pela prefeitura no bairro Morada do Contorno, cuja marquise ruiu há duas semanas (em 14 de novembro de 2014), por sorte não ferindo nenhuma das 150 crianças que estavam lá no momento - apenas assustando-as ao perceberem o risco que estavam correndo.
Notem se não é um projeto semelhante ao nosso, com os mesmos frontões desprotegidos, pintados com cores "modernas". Dá para ver que será mais uma agressão ao nosso patrimônio paisagístico.

Do Jornal Beira Rio:
Em 2013, a arquiteta Sheila Cruz e o engenheiro Moisés Alves Pereira Jr., responsável pela BBC Milênio Construções e Empreendimentos. denunciaram riscos de desabamento em várias escolas e creches do município de Resende. Ela, ao perceber que seus relatórios - que apontavam erros nas obras de creches e obras municipais eram ignoradas pela Secretaria de Obras, e ele revelando o uso de materiais inadequados e de baixa qualidade. No último dia 14 o que eles mais temiam  aconteceu: parte da marquise nos fundos da creche no bairro Morada do Contorno, citada por Moisés na época, desabou, provocando a interdição do local. Por sorte, nenhuma criança se feriu. (nem adulto, acrescento)  

Abaixo, outro exemplo do risco que corre Visconde de Mauá, com a atual "estética" da prefeitura de Resende em suas obras para crianças.