A Mauatur mancha sua história por causa de lideranças despreparadas

Sumário da conversa havida entre o editor de amigosdemaua.net e o então presidente da Mauatur, no dia 5/11/09, na Casa São José, na presença de Luis Armondi e José Alberto Armondi.

A finalidade de relatar aqui e ssa conversa é ajudar a comunidade a superar os mal-entendidos que estão mpedindo a construção de consensos sustentáveis na nossa região.

Quem quiser acrescentar seus comentários – inclusive o meu interlocutor e os Armondi – está desde já convidado a fazê-lo.


Declarações do então presidente da Mauatur: Comentários de Joaquim Moura
01
“quem diz que é a favor da estrada-parque, mas que exige a plena observância da legislação ambiental, na verdade é contra ela. Toda e qualquer menção a alguma exigência, recomendação, preocupação, mandato legal etc. é subterfúgio de quem quer impedir ou ao menos atrasar a construção da estrada”. Além de desrespeitosa, na medida em que pressupõe que o interlocutor está mentindo, essa postura impede a criação de qualquer consenso. E nos dá o direito de supor que talvez seja ele mesmo quem está ocultando a sua agenda e as verdadeiras motivações das lideranças da Mauatur.
02 "A Mauatur já tirou sua posição: de a favor da estrada-parque, e não admite mais qualquer discussão sobre a oportunidade de sua construção, e desconsidera a necessidade de discutir previamente como reduzir impactos previsíveis.
Para ele, só há duas posições: ou a favor ou contra a pavimentação da estrada. No entanto, quando ascultamos a população, verificamos uma gama de posições intermediárias que passam por várias alternativas e pré-condições.
03 As “onze recomendações” da APA são mera estratégia protelatória, de quem quer impedir a construção da estrada-parque. Todas as exigências plausíveis já foram atendidas, o resto é exigência absurda de quem está politicamente motivado.
Quando se lê essa lista de recomendações, talvez algumas nos pareçam inúteis, ou muito complexas, ou excessivas. Deveríamos pedir à APA para explicar melhor cada uma delas, e sua base legal, antes de considerá-las indevidas e lutar por seu atropelamento.
04 O Parque Nacional de Itatiaia também encaminhou, via APA, as suas recomendações, mas elas foram desqualificadas. desprezadas e descartadas pelos motivos acima apontados por ele. Perguntei-lhe qual seriam os motivos que levam a APA e o PNI a exigirem o respeito a suas recomendações. Seria um motivo político, eleitoral, financeiro, ou exatamente ambiental, já que cabe àquelas instituições a responsabilidade de preservar a APA onde estamos para as gerações futuras.
05 A equipe da APA da Mantiqueira age com motivações políticas, e já foi denunciada ao Ministro Carlos Minc. e seu chefe corre o risco de ser transferido para Roraima se insistir em atrapalhar o processo.
A equipe da APA age em prol da política ambiental de proteção da Serra da Mantiqueira; e o Minc não sujaria sua biografia retaliando a sua atuação no cumprimento do seu dever.
06 A verdadeira razão para a Mauatur sair do Conselho Gestor foi a assimetria entre ela, uma associação importante, com mais de 100 sócios, diante de outras ONGs que mal existem, votando como se fossem iguais..
Primeiro lembrei que essa assimetria jamais se colocou, pois nunca a Mauatur se colocou, em nenhuma questão, em posição antagônica a essas outras ONGs. Pelo contrário, em tudo que a Mauatur encaminhou ela foi atendida. E, na última eleição da equipe de coordenação, lhe foi oferecido, várias vezes, o cargo de coordenador do CG, que a Mauatur não se preocupou em indicar. Nesta conversa, o presidente da Mauatur reconheceu que errou ao deixar de indicar o coordenador, mas nem percebeu que esse oferecimento constituiu uma evidência irrecusável da boa fé de todos os seus pares no Conselho Gestor.
07 A ONG Pró-Bem-Viver não foi chamada para a reunião que urdiu a saída das entidades do Conselho Gestor por que “ela não existe”.

08 Apesar de haver o boato muito repetido pela comunidade - de que o Conselho Gestor estaria agindo para barrar a estrada visando favorecer a “família Carvalho” num eventual retorno ao poder municipal, o presidente da Mauatur declarou que esse argumento não foi usado para envolver o prefeito Rechuan, o presidente da AMA-10 e a administradora regional.
Esse argumento rasteiro foi certamente discutido com o presidente da AMA-10, uma pessoa humilde que não tinha motivo para achar que estava acontecendo esse plano estapafúrdio. Ele foi pressionado a acompanhar as duas associações comerciais na saída do Conselho Gestor, diante da perspectiva de sua esposa perder o cargo de confiança que detinha na administração Rechuan.
09 A Mauatur não se preocupou absolutamente com o fato de o único voto contra a saída da entidade do Conselho Gestor tivesse sido dado por Norma Bühler.
Ora, Norma é a decana dos hoteleiros locais, e participa do Conselho desde a sua criação, e ficou surpresa com a proposta de retirar a Mauatur de um fórum tão importante para o nosso futuro. Deixar a Norma Bühler sozinha na defesa do Conselho Gestor é uma mancha que jamais se apagará na história da Mauatur.