Desde outubro de
2019 um grupo de moradores da região iniciou um sistema de coleta de
resíduos orgânicos, sua compostagem e a distribuição na comunidade do
adubo natural produzido, estimulando também a prática da horticultura
doméstica.
A cada mês é coletada pouco mais de uma tonelada de resíduos nas vilas
de Visconde de Mauá e Lote 10, em Resende RJ, usados na preparação de
uma leira de composto. Simultaneamente um outro -- preparado cinco
meses
antes -- é peneirado, pesado e distribuído.
Há sempre cinco
compostos no minipátio de compostagem, e o produto vai para
quem contribuiu com seus resíduos e para outras pessoas interessadas em
cultivar alimentos na comunidade.
Desde março de 2020, quando os resíduos coletados em outubro de 2019
transformaram-se em humus, já distribuímos mais de 5 toneladas de
adubo
orgânico na região, fertilizando hortas e jardins locais.
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Acima,
vista externa da MUDA, em Visconde de Mauá, onde ocorre a operação de
compostagem comunitária dos resíduos orgânicos coletados nas duas vilas.
À
direita e abaixo, os cinco montes de composto virando
adubo, cada numa fase diferente do processo de decomposição...
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Coleta e compostagem Atualmente
há cerca de 30 moradias contribuintes, quatro
pousadas, um mercado, dois restaurantes, cafeterias e pubs, além da
escola e da creche municipais. Os moradores interessados em contribuir
para o projeto compram adubo a R$ 2 por quilo, sendo o dinheiro usado
para pagar o pro-labore do morador
que executa a coleta e prepara os
compostos. Ele é o elemento mais importante do sistema, juntamente
com os voluntários que mantêm o pátio organizado e monitoram o processo. |

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A
coleta é feita às 2as., 4as. e 6as-feiras pela manhã, trazendo entre 80
e 100 kg a cada dia, cerca de 1,2 tonelada por mês.
Esse volume deveria ser maior, mas a crise do coronavirus reduziu as
atividades turísticas, fechou a escola e a creche locais etc.,
reduzindo a geração local de resíduos orgânicos.
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Processamento e
distribuição
A cada mês, o composto preparado cinco meses antes fica pronto para ser
peneirado e distribuído.
Nos vinte primeiros meses de operação,
o sistema já desviou mais de 20 toneladas de resíduos orgânicos do seu
destino habitual : o aterro de
lixo em Barra Mansa, a 80 km da nossa região...
Apesar da pandemia (que prejudicou a coleta na creche e na escola
municipal), a cada mês a quantidade de adubo aumenta, com a
maior adesão
de moradias e comércios doadores.
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Acima, à esquerda,
para acelerar o processo, cada composto é revirado uma vez durante o
processo - geralmente cerca de 45 dias antes de ser
peneirado para ser distribuído.
Acima à direita e abaixo, a peneira usada separar apenas a parte
já decomposta pronta, para ser ensacada e distribuída. Os
materiais que não passarem pela peneira são levados de volta para o
composto do mês corrente, tendo mais tempo para finalizar sua
humificação.
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Acima, saco
com 45 kg de adubo pronto para ser distribuído. À direita e a seguir,
primeiras entregas de adubo para horticultores urbanos a partir de
março de 2020, quando ficou pronto
o nosso primeiro composto (preparado em outubro de 2019).
Mensalmente,
cerca de 300 kg de adubo peneirado são distribuídos em sacos de 3, 5,
15, 20 e 25 kg, conforme a necessidade.
Parte do adubo produzido é doada a quem contribui com seus resíduos
(1 kg para cada doador) e parte é vendida a R$ 2 reais por quilo, visando
pagar o colaborador que recolhe os resíduos, e tornar sustentável a
operação...
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Acima à direita,
minipanfleto distribuído na comunidade para lembrar aos moradores
que o fertilizante tem uma função indispensável para
desenvolver um sistema alimentar mais sustentável e resiliente, capaz
de assegurar alimentos frescos e acessíveis mesmo que
crises como a atual se prolonguem ou se repitam no futuro... |
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Em
todo o mundo cresce a consciência da importância da agricultura urbana
para o enfrentamento de disrupções na cadeia de abastecimento alimentar
para as cidades, reduzindo a vulnerabilidade urbana diante dos eventos
climáticos extremos, greves nos transportes, guerras civis e outras,
ondas de refugiados etc., além de epidemias e pandemias que interrompam
as atividades produtivas de alimentos e sua comercialização.
A 22a.
edição da Revista de Agricultura Urbana (traduzida em 2009 da Urban
Agriculture Magazine)
foi totalmente dedicada a
"Construindo cidades resilientes"
e analisa estudos de caso sobre como a
AU foi decisiva para reduzir os efeitos de crises de diversas origens
em cidades ao redor do planeta.
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