Sistema de compostagem comunitária em Visconde de Mauá completa vinte e dois meses de operação produzindo adubo

Projeto Visconde de Mauá Limpa e Linda
Desde outubro de 2019 um grupo de moradores da região iniciou um sistema de coleta de resíduos orgânicos, sua compostagem e a distribuição na comunidade do adubo natural produzido, estimulando também a prática da horticultura doméstica.
A cada mês é coletada pouco mais de uma tonelada de resíduos nas vilas de Visconde de Mauá e Lote 10, em Resende RJ, usados na preparação de uma leira de composto. Simultaneamente um outro -- preparado cinco meses antes -- é peneirado, pesado e distribuído.
Há sempre cinco compostos no minipátio de compostagem, e o produto vai para quem contribuiu com seus resíduos e para outras pessoas interessadas em cultivar alimentos na comunidade.
Desde março de 2020, quando os resíduos coletados em outubro de 2019 transformaram-se em humus, já distribuímos mais de 5 toneladas de adubo orgânico na região, fertilizando hortas e jardins locais.

Veja aqui matéria divulgada pela TV RioSul (regional da Rede Globo para o sul-fluminense em fevereiro de 2021)

Acima, vista externa da MUDA, em Visconde de Mauá, onde ocorre a operação de compostagem comunitária dos resíduos orgânicos coletados nas duas vilas.
À direita e abaixo, os cinco montes de composto virando adubo, cada numa fase diferente do processo de decomposição...




Coleta e compostagem
Atualmente há cerca de 30 moradias contribuintes, quatro pousadas, um mercado, dois restaurantes, cafeterias e pubs, além da escola e da creche municipais. Os moradores interessados em contribuir para o projeto compram adubo a R$ 2 por quilo, sendo o dinheiro usado para pagar o pro-labore do morador que executa a coleta e prepara os compostos. Ele é o elemento mais importante do sistema,
juntamente com os voluntários que mantêm o pátio organizado e monitoram o processo.


A coleta é feita às 2as., 4as. e 6as-feiras pela manhã, trazendo entre 80 e 100 kg a cada dia, cerca de 1,2 tonelada por mês.
Esse volume deveria ser maior, mas a crise do coronavirus reduziu as atividades turísticas, fechou a escola e a creche locais etc., reduzindo a geração local de resíduos orgânicos.



Processamento e distribuição
A cada mês, o composto preparado cinco meses antes fica pronto para ser peneirado e distribuído.
Nos vinte primeiros meses de operação, o sistema já desviou mais de 20 toneladas de resíduos orgânicos do seu destino habitual : o aterro de lixo em Barra Mansa, a 80 km da nossa região...
Apesar da pandemia (que prejudicou a coleta na creche e na escola municipal), a cada mês a quantidade de adubo aumenta, com a maior adesão de moradias e comércios doadores.


Acima, à esquerda, para acelerar o processo, cada composto é revirado uma vez durante o processo - geralmente cerca de 45 dias antes de ser peneirado para ser distribuído.
Acima à direita e abaixo
, a peneira usada separar apenas a parte já decomposta pronta, para ser ensacada e distribuída.
Os materiais que não passarem pela peneira são levados de volta para o composto do mês corrente, tendo mais tempo para finalizar sua humificação.




Acima, saco com 45 kg de adubo pronto para ser distribuído. À direita e a seguir, primeiras entregas de adubo para horticultores urbanos a partir de março de 2020, quando ficou pronto o nosso primeiro composto (preparado em outubro de 2019).
Mensalmente, cerca de 300 kg de adubo peneirado são distribuídos em sacos de 3, 5, 15, 20 e 25 kg, conforme a necessidade.
Parte do adubo produzido é doada a quem contribui com seus resíduos (1 kg para cada doador) e parte é vendida a R$ 2 reais por quilo, visando pagar o colaborador que recolhe os resíduos, e tornar sustentável a operação...




Acima à direita, minipanfleto distribuído na comunidade para lembrar aos moradores que o fertilizante tem uma função indispensável para desenvolver um sistema alimentar mais sustentável e resiliente, capaz de assegurar alimentos frescos e acessíveis mesmo que crises como a atual se prolonguem ou se repitam no futuro...

Em todo o mundo cresce a consciência da importância da agricultura urbana para o enfrentamento de disrupções na cadeia de abastecimento alimentar para as cidades, reduzindo a vulnerabilidade urbana diante dos eventos climáticos extremos, greves nos transportes, guerras civis e outras, ondas de refugiados etc., além de epidemias e pandemias que interrompam as atividades produtivas de alimentos e sua comercialização.
A
22a. edição da Revista de Agricultura Urbana (traduzida em 2009 da Urban Agriculture Magazine) foi totalmente dedicada a "Construindo cidades resilientes" e analisa estudos de caso sobre como a AU foi decisiva para reduzir os efeitos de crises de diversas origens em cidades ao redor do planeta.

O projeto Visconde de Mauá Limpa e Linda depende da contribuição de moradores, por meio principalmente da compra do adubo produzido, para pagar seus custos mensais (R$ 650).

A produção local de alimentos a partir dos resíduos orgânicos gerados na comunidade é fundamental para colaborar na superação de crises como a provocada pela covid-19.

Veja aqui a destinação do composto produzido mensalmente.

Sua contribuição pode ser depositada na conta de Joaquim Moura
Banco do Brasil - agência 5766-5 - c/c 974389-8 - CPF 046.669.687-68

Favor informar o depósito efetuado: jmoura@agriculturaurbana.org.br



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