Sistema-piloto de compostagem comunitária em Visconde de Mauá completa seis meses de operação produzindo adubo

Projeto Visconde de Mauá Limpa e Linda
Desde outubro de 2019 um grupo de moradores da região iniciou um sistema de coleta de resíduos orgânicos, sua compostagem e distribuição na comunidade do adubo natural produzido, estimulando também a prática da horticultura doméstica.
A cada mês é preparado um composto, e outro, preparado cinco meses antes, é peneirado, pesado e distribuído. Há sempre cinco compostos no minipátio de compostagem, e o produto vai para quem contribuiu com seus resíduos e outras pessoas interessadas em cultivar alimentos na comunidade.


Acima, vista externa da MUDA, em Visconde de Mauá, onde ocorre a operação de compostagem comunitária dos resíduos orgânicos coletados nas duas vilas.
À direita e abaixo, os cinco montes de composto virando adubo, cada numa fase diferente do processo de decomposição...




Coleta e compostagem
Atualmente há cerca de 20 moradias contribuintes, quatro pousadas, um mercado, dois restaurantes, cafeterias e pubs, além da escola e a da creche municipais. Os moradores interessados contribuem para pagar o pro-labore do morador que executa a coleta e o preparo dos compostos. Ele é o elemento mais importante do sistema,
juntamente com os voluntários que mantêm o pátio organizado e monitoram o processo.
A coleta é feita às 2as. 4as. e 6as-feiras pela manhã, trazendo entre 80 e 100 kg a cada dia, cerca de 1,2 tonelada por mês.
Esse volume deveria ser maior, mas a crise do coronavirus reduziu as atividades turísticas, fechou a escola e a creche locais etc., reduzindo a geração de resíduos orgânicos.


Processamento e distribuição
A cada mês, o composto preparado cinco meses antes fica pronto para ser peneirado e distribuído.
Nos seis meses de operação (26 semanas), o sistema já desviou mais de 6 toneladas de resíduos orgânicos do seu destino habitual : o aterro de lixo da prefeitura de Resende, a 40 km da nossa região...
A cada mês, a quantidade de adubo deverá aumentar, com a maior adesão de moradias e comércios doadores.


Acima, para acelerar o processo, este composto foi revirado para deixar evaporar o excesso de umidade causado pelas chuvas torrenciais dos últimos meses -- antes que toda a área fosse coberta com plástico transparente.
À direita e abaixo
, a peneira usada para separar apenas a parte já decomposta a ser ensacada e distribuída.
Os materiais que não passarem pela peneira são levados de volta para o composto do mês atual, onde terão mais tempo para finalizar sua humificação.

Acima, saco com 45 kg de adubo pronto para ser distribuído. À direita e a seguir, primeiras entregas de adubo para horticultores urbanos a partir de março de 2020, quando ficou pronto o nosso primeiro composto (preparado em outubro de 2019).
Em março, 300 kg de adubo peneirado foram distribuídos em sacos de 3, 5, 15, 20 e 25 kg, conforme a necessidade.



Juntamente con o adubo, foi entregue este minipanfleto para lembrar aos moradores que o fertilizante tem uma função indispensável para desenvolver um sistema alimentar mais sustentável e resiliente, capaz de assegurar alimentos frescos e acessíveis mesmo que crises como a atual se prolonguem ou se repitam no futuro...

Em todo o mundo cresce a consciência da importância da agricultura urbana para o enfrentamento de disrupções na cadeia de abastecimento alimentar para as cidades, reduzindo a vulnerabilidade urbana diante dos eventos climáticos extremos, greves nos transportes, guerras civis e outras, ondas de refugiados etc., além de epidemias e pandemias que interrompam as atividades produtivas de alimentos e sua comercialização.
A
22a. edição da Revista de Agricultura Urbana (traduzida em 2009 da Urban Agriculture Magazine) foi totalmente dedicada a "Construindo cidades resilientes" e analisa estudos de caso sobre como a AU foi decisiva para reduzir os efeitos de crises de diversas origens em cidades ao redor do planeta.

O projeto Visconde de Mauá Limpa e Linda depende da contribuição de moradores para pagar seus custos mensais (R$ 600).
Você pode conferir como esses custos vêm sendo cobertos visitando as páginas de controle referentes ao 1o. trimestre
(out-dez 2019) e ao segundo (jan-mar/2020).
Para ajudar a comunidade a superar a crise do coronavirus, estamos doando todo o adubo produzido. Mas se cobrássemos apenas R$ 2,00 / kg, o sistema já se tornaria auto-sustentável.

Sua contribuição pode ser depositada na conta de Joaquim Moura
Banco do Brasil - agência 5766-5 - c/c 974389-8 - CPF 046.669.687-68

Favor informar o depósito efetuado: jmoura@agriculturaurbana.org.br