Industrialização em Penedo espantará a Natureza e o turismo

Há um ano, frequentou a nossa região uma equipe de acadêmicos que reunia a população de Itatiaia em um processo participativo para elaborar o plano-diretor daquele município, plano que previa até um foco específico na parcela incluída na microbacia do alto Rio Preto. 

Também deve ter havido, certamente, uma atenção especial para a região de Penedo - uma joia ambiental em um município que vai se industrializando celeremente, e tende a integrar uma espécie de ABC no vale do médio Paraíba do Sul, aos pés da Mantiqueira.

Sem esquecer que existem, em Itatiaia, secretários de Ambiente e de Planejamento que devem perceber a importância de não desfigurar aquela região turística, nem prejudicar seu potencial de gerar trabalho e renda e impostos para o município.

Mesmo assim, o que se vê é a rápida transfornação das áreas ao longo da RJ-163 (Rodovia Rubens Tramujas Mader), no trecho entre a Via Dutra e a saída para o pórtico de Penedo, em um cenário cada vez mais árido e tipicamente suburbano.

O exemplo mais recente é a construção de um galpão industrial a poucos metros da rodovia, um tipo de prédio que só deveria poder ser construído em áreas industriais ou de uso misto, ao longo da Dutra etc., nunca numa estrada cuja principal vocação é viabilizar e valorizar a "indústria" do turismo local - onde o visual e o ambiente são fundamentais. Podemos imaginar um futuro onde haverá ao longo dos quilômetros iniciais da RJ-163 muitos galpões e instalações industriais, transformando-a numa Av. Brasil ou num Guarulhos dos pobres.

Quem não lembra de como esta estrada era muito mais arborizada até poucos anos atrás, quando foi então cometido, logo no início do primeiro mandato do prefeito Ypê, uma chacina de árvores à sua margem esquerda, para desobstruir a visão de um novo, enorme e moderníssimo posto de gasolina, construído no mesmíssimo estilo dos maiores que há na via Dutra?