Marlene Edna Lanfredi (25 de junho)
Dá PRA
ENTENDER?! *
Penso que você está completamente equivocado. Você e mais as
outro dezoito pessoas que querem acabar com uma prerrogativa
garantida em nossa constituição: o direito de ir e vir.
Aqui não temos desmatadores, não temos plantadores de soja
nem assassinos de sem terra que ocupam as terras improdutivas.
Portanto nem uma tragédia assola nossa terra. Por que vociferar
tanto por um bem necessário e desejado pelos moradores, habitantes
de nossa região?
Já desci com minha mãe debilitada por Alzheimer e Parkinson, porque fraturou uma perna
num tombo, que chegou lá no Samer toda vomitada e desidratada, meu
sobrinho perdeu um dos dedos das mãos por não conseguirmos chegar
a tempo no hospital e outros incidentes e acidentes ocorridos
(comigo e com terceiros) que se estenderiam por diversas páginas
em sua descrição.
O acesso é necessário para o
bem estar e melhor qualidade de vida de seus moradores: acesso aos
centros maiores para cuidar da saúde,da educação, para recebermos
serviços necessários aqui no alto (máquinas e equipamentos), para
economia de recursos, para melhor atendimento na área de
comunicação, enfim não podemos e não queremos ficar isolados
olhando pássaros e borboletas, recebendo dinheiro de parentes ou
de aposentadorias ou ainda de bolsas de estudo para defender teses
para adquirir grau de doutor.
Nós que aqui estamos há mais de trinta anos e que ajudamos a
reflorestar a região, construímos com sacrifício nossos pequenos
negócios que garantem apenas uma vida simples. Mesmo os ditos
empresários, não usufruem de fortunas (muitos estão endividados
por investir na região) nem são poderosos a ponto de comprar
autoridades para garantir benefícios próprios.
Somos todos moradores que adoramos Mauá e queremos preservá-lo.
Sempre fomos amigos de nossos vizinhos (artistas, pequenos
empresários, pequenos comerciantes e trabalhadores em geral) e
agora surge meia dúzia de pessoas (aliás são dezenove) se dizendo
ambientalistas gerando conflitos, disseminando maledicências,
criando antagonismos, onde sempre existiu cordialidade, amizade e
companheirismo.
Vocês que vociferam, babando de raiva como cães raivosos que
chegaram muito depois de nós, que estão ocupando também espaço do
verde (ou acham que suas casas são invisíveis para os animais e
plantas?), não conhecem os moradores, não são nossos amigos.
Se dizem amigos de Mauá, mas não são amigos das pessoas que
aqui moram. São amigos de algo abstrato que só existe no cérebro
miúdo de radicais nocivos que discriminam o social, as
necessidades humanas.
Queremos acesso limpo, bem feito, de qualidade. Chega de
estradas esburacadas, sem corte para as águas, sem condições de
tráfego..
Visconde de Mauá é Flora, Fauna, Paisagem e Gente!
Dá para entender? |
Lino Matheus de Sá Pereira (15 de julho)
NãO DEU PRá
ENTENDER NãO...! --( * )
Lastimo ter que
responder e refutar argumentações tão descabidas e inconsideradas,
tão longe do terrenos das ideias e do bom convívio, partindo de
pessoa que considero amiga. Escrevo, entretanto, não só na
qualidade de antigo morador da região, da década de 70, quanto na
de ambientalista, um dos citados 19 inimigos públicos... Mas
me manifesto, sobretudo, na condição de reconhecido estudioso das
questões sócio-ambientais da Mantiqueira.
Diante de
argumentação tão eivada de sofismas e ululante, a ponto de
resumir-se em um mero exercício de agressividade verbal, fica-se
perguntando que motivação teria levado à um ataque tão grosseiro à
concidadãos idôneos, pais de família, pessoas culturalmente
preparadas e tecnicamente abalizadas e com elevado grau de
consciência civil, que não se omitiram ou intimidaram em defender
suas convicções? Como é possível, defendendo posições partilhadas
por alguns tantos elementos envolvidos, de questionável
integridade ou motivação, tentar desqualificar assim pessoas,
membros da mesma comunidade, que assumem legítimas preocupações
com o futuro da região, chamando-as de cães raivosos...!? Serei
eu, um senhor de 70 anos, cidadão respeitado, que luta há anos
para preservar o patrimônio natural, paisagístico e cultural da
região (defendendo exatamente o cabedal que sustenta as
atividades da comunidade) um cão raivoso e babando ?? Algum
comerciante que frequento para fazer minhas compras, me vê assim ?
Fica a pergunta : em que, esse repetido comportamento, sempre
hostil e agressivo, que insufla e instiga, maliciosamente, a
opinião pública contra pessoas que têm direitos legítimos de se
manifestar e atuar, poderá ajudar a criar um clima de maior
tolerância e entendimento ? Que interesses imediatistas ou escusos
se escondem atrás de toda essa armação ? Quanto acovardamento
diante da ganância dos poderosos , estes sim, que foram arribando
aqui, para impor seus jogos de interesses exclusivamente
financeiros, tentando transformar a Mantiqueira em mercadoria...
Estes, com certeza, não vieram para cá para, como diz,
perder seu tempo olhando pássaros e borboletas ... muito menos
contemplar estrelas ou plantar árvores, acrescento eu, que luto há
anos e arrisquei a pele para fechar serrarias e que plantei, com
minhas mãos, mais de 20.000 árvores, 2.000 araucárias ...
E o
que pode significar essa pseudo maioria de 100% ( ! ) senão
desinformação, manipulação, passividade ? e como dizia o grande
Nelson Rodrigues : toda a unanimidade é burra... O MP e o Dr.
Juiz que embargou a obra por descumprimentos da lei, parece que
não ligaram muito para essa maioria... Se valessem estatísticas,
porque não citar as mais de 1.500 assinaturas de frequentadores da
região, em abaixo- assinado ( enviado para o MP há tempos ) que
preferiam que as estradas fossem preservadas, com procedimentos e
pavimentação mais adequados à uma região de vocação para um
turismo ecológico e não de massa.
Argumentações falsas e enganosas...
Não foi cumprido o acordo consensual da verdadeira estrada-
parque... ( que, por padrões ambientais rigorosos, custaria um
quinto ( 1/5 ) do que se gastou até agora , R$ 70.000.000,00 !! )
e ainda vai se gastar muito mais ... para os bons negócios das
empreiteiras e dos políticos..... Com esse dinheiro despendido a
mais ( veja a lista das benfeitorias possíveis no site Amigos de
Mauá, por exemplo ) teríamos, não só aqui mesmo, à nossa porta ,
um bom HOSPITAL, como poderiam ser atendidas quase todas as
demandas da população : creches, escolas melhoradas, escola
técnica, saneamento, tratamento urbanístico, calçamento de ruas,
planejamento urbano, transporte interno, assistência social,
museu, etc., etc. Estão se aproximando e se instalando graves
crises ambientais e geopolíticas e a população precisa ser
informada, preparada. Também precisa abrir os olhos e ser
esclarecida, orientada e não se deixar manipular por agentes de
interesses alheios, estes sim, que andam circulando e semeando
mentiras e discórdia...
LINO MATHEUS DE Sá PEREIRA (um dos 19)
(Filósofo, ambientalista, produtor rural,
hoteleiro)
Este texto iniciava com o
parágrafo abaixo ao ser originalmente enviado ao jornal à
"Montanha" (que publicara o texto à esquerda):
Até o momento ainda acreditava ser
possível para uma pequena publicação zelar por seu critério de
isenção jornalística... Mas não notou o editor que, ao lado do seu
edital - em que faz uma ginástica verbal ao estilo nem contra,
nem a favor, muito pelo contrário..., tentando clamar por
conciliações e equilíbrio de opiniões - publicou, exatamente,
matéria provocativa e ofensiva, muito além do que seria cabível,
contrariando frontalmente as suas palavras?
Ao ter
sua resposta publicada na edição seguinte da Montanha, Lino
inseriu este parágrafo inicial:
Agradeço ao Toninho
Guia por abrir espaço para que exercêssemos nosso direito de resposta
em relação ao texto insultuoso, agressivo e incoerente, aqui
publicado, assinado por Marlene Lanfredi.
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