Impactos na RJ-151 evidenciam erro e má fé do Ibama e do INEA-RJ quanto ao licenciamento da obra na região de Visconde de Mauá


Os previsíveis e inevitáveis impactos da obra na RJ-151 - que o IBAMA e o INEA-RJ consideraram restringir-se ao estado do Rio de Janeiro - já atingem violentamente o Rio Preto (um rio federal, por separar dois estados - RJ e MG), bem como a sua margem esquerda, em Minas Gerais.

Foi na gestão de Carlos Minc como ministro do Meio Ambiente (governo Lula) que o IBAMA foi orientado a declinar de sua responsabilidade e a transferir para o INEA-RJ (de onde provinha o então ministro) a incumbência de licenciar a obra como se ela não tivesse impacto em um rio federal e em outro estado. O INEA então fingiu que tal decisão era mui correta, e concedeu indevidamente a Licença de Instalação a uma obra que fugia claramente à sua alçada.

Evidentemente o Ministério Público Federal e o Estadual (RJ) recorreram contra tal manobra, mas o juiz ..., "surpreendentemente", não acolheu a denúncia. Agora os fatos e as fotos abaixo vêm desmenti-lo - ou mais, vêm desmoralizá-lo, e à nossa "Justiça", inapelavelmente... Tão Brasil...


Visão geral do alargamento do leito estradal da RJ-151 no município de Resende distante cerca de 50 metros da Ponte dos Cachorros.
Percebe-se que os mesmos procedimentos adotados ao longo do Projeto Estrada-Parque no trecho da RJ-163 e que geraram autuação ambiental milionária, continuam sendo adotados agora (agosto de 2011) na RJ-151. A supressão da vegetação de mata ciliar, seguida de movimentação de terra e emprego de explosivos visando o alargamento do leito estradal, sem a adoção das medidas de prevenção contra o carreamneto de sedimentos, gera impacto direto sobre o Rio Preto, curso d´água de DOMÍNIO DA UNIÃO.
A imperícia no uso de explosivos gera danos e traz risco à vida dos moradores de residências na outra margem do Rio Preto, no município de Bocaina de Minas, MG, bem como das capivaras e outros bichos que habitam o local.
A degradação paisagística compromete um local de banho utilizado pelos moradores e seus hospedes, trazendo prejuízos a sua subsistência (aluguel de casa por temporada). Rochas enormes foram lançadas no leito do rio, já perto da margem mineira (ver SETAS AMARELAS). 



Detalhe da margem resendense do Rio Preto (DOMINIO DA UNIÃO), muro de sacos de solo-cimento em encosta (APP) extremamente íngreme, solo desagregado exposto ao carreamento pelas chuvas e rochas de grandes dimensões lançadas ao leito do Rio Preto pelas explosões de dinamite. Visão a partir de residência situada no município de Bocaina de Minas, MINAS GERAIS.
Imaginem quanto tempo vai levar para uma árvore crescer sob tais circunstâncias, e por quantos anos esse morador, QUE PAGA IMPOSTOS EM MINAS GERAIS, terá de conviver com essa degradação visual PATROCINADA COM RECURSOS DO CONTRIBUINTE FLUMINENSE?



Detalhe do muro de sacos de solo-cimento e da degradação da APP do Rio Preto (DOMÍNIOI DA UNIÃO ), que impacta o ambiente, a flora e a fauna e a paisagem dos moradores em Bocaina de Minas, MG - embora não se possa negar que a imagem tem algum charme plástico...


 
Detalhe da formação rochosa onde ocorreram as explosões que lançaram pedaços de pedra lá em Minas Gerais, onde se vê o solo e a vegetação que começarão a despencar nas próximas estações chuvosas..



Pedras detonadas no município de Resende, RJ, atingiram a margem mineira do Rio Preto, a dezenas de metros da rocha matriz.


Fotos: André Pol - agosto e setembro de 2011