Terceira avalanche de pedras sobre a RJ-163 deveria ser melhor analisada


Como dissemos nas duas vezes anteriores, diante de pedras tombadas capazes de destruiir um ônibus lotado, só por muita sorte ainda não ocorreu um desastre mais sério nesse ponto da "estrada-parque", onde há um paredão de rochas fragmentadas sempre prestes a cair. 

Diferentemente da primeira avalanche (junho de 2011), quando se alegou que as rochas caíram porque o trecho fora dinamitado há pouco, e a encosta ainda estava se consolidando, e também da segunda avalanche (novembro de 2011), quando foi possível atribuir o desastre à chuva fina que caíra na véspera, dessa vez não houvera nem obra, nem explosão, nem chuva, nem garoa... O que fez - e fará - as pedras despencarem é a própria vibração do solo e das encostas causada pelo trânsito crescente, principalmente de ônibus e caminhões cada vez mais pesados .

É inacreditável que, nos dois eventos anteriores, a ação do DER-RJ tenha se limitado a retirar as pedras e varrer o chão da estrada, sem qualquer medida técnica de engenharia visando a evitar a ocorrência de um novo evento - talvez mais sinistro.

Também é incrível o açodamento de associações comerciais e de moradores locais em querer trazer o DER para detonar a RJ-151, que passa diante (a poucos metros) de nossas portas, portões e porteiras, sem maiores análises do que será feito e as salvaguardas que a legislação nos garante. Querer pressionar a Justiça para decidir pela ilegalidade e irresponsabilidade, negligenciando os impactos que uma obra mal concebida acarretará para sempre, é no mínimo insensato - e fatal para a região a longo prazo.

Que moradores mais humildes ou menos preparados tecnicamente não percebam o risco que corre o seu futuro é até bem compreensível; mas que empresários experientes, vindos do mundo empresarial, profissional, sindical ou político do Rio e São Paulo, ajam com tamanha fé cega e confiança irrestrita no DER e no governo (federal, estadual e municipal) é incompreensível - ou só é compreensível se eles estão só fingindo que confiam para alcançarem algum objetivo que não é o da comunidade, da natureza e do futuro.

Abaixo, vê-se a encosta de onde despencaram as pedras, sendo visível a possibilidade de novos acidentes.