Como dissemos nas duas
vezes anteriores, diante de pedras tombadas capazes de destruiir um ônibus lotado, só
por muita sorte ainda não ocorreu um
desastre mais sério nesse ponto da "estrada-parque", onde
há um paredão de rochas fragmentadas sempre prestes a
cair.
Diferentemente da primeira
avalanche (junho de 2011), quando se alegou que as rochas caíram
porque o trecho fora dinamitado há pouco, e a encosta
ainda estava se consolidando, e também da segunda
avalanche (novembro de 2011), quando foi possível
atribuir o desastre à chuva fina que caíra na véspera, dessa vez não
houvera nem obra, nem explosão, nem chuva, nem garoa... O que fez -
e fará - as pedras despencarem é a própria vibração do solo e
das encostas causada pelo trânsito crescente, principalmente de ônibus
e caminhões cada vez mais pesados
.
É inacreditável que, nos
dois eventos anteriores, a ação do DER-RJ tenha se limitado a
retirar as pedras e varrer o chão da estrada, sem qualquer medida
técnica de engenharia visando a evitar a ocorrência de um novo
evento - talvez mais sinistro.
Também é
incrível o açodamento de associações comerciais e de moradores locais
em querer trazer o DER para detonar a RJ-151, que passa diante
(a poucos metros) de nossas portas, portões e porteiras, sem
maiores análises do que será feito e as salvaguardas que a
legislação nos garante. Querer pressionar a Justiça para decidir pela
ilegalidade e irresponsabilidade, negligenciando os impactos
que uma obra mal concebida acarretará para sempre, é
no mínimo insensato - e fatal para a região a longo
prazo.
Que moradores mais humildes ou menos
preparados tecnicamente não percebam o risco que corre o seu futuro
é até bem compreensível; mas que empresários experientes, vindos do
mundo empresarial, profissional, sindical ou político do Rio e São
Paulo, ajam com tamanha fé cega e confiança irrestrita no DER e no
governo (federal, estadual e municipal) é
incompreensível - ou só é compreensível se eles estão só
fingindo que confiam para alcançarem algum objetivo que não é
o da comunidade, da natureza e do
futuro. |