Diagramação do "fanzine" de Educação Ambiental desconvida à leitura |
. A metodologia de EA adotada pela UERJ, de chegar à região com um modelo todo pronto, que poderia ser utilizado em qualquer localidade do estado, do Brasil ou do mundo, não atendeu minimamente às necessidades da comunidade nem aos desafios específicos que precisamos enfrentar. Diante da iminência de impactos crescentes causados pela facilitação do acesso, mais valeria trabalhar na conscientização da comunidade, de modo a tê-la como aliada no controle dos impactos, do que produzir o tal fanzine, cujo impacto será nenhum - a exemplo de tantos outros impressos distribuídos na região. Ou seja: melhor faria o programa de EA se alertasse a comunidade que deve escutar e não hostilizar quem se preocupa com as consequências a longo prazo de ações atuais que impactam e espantam a natureza. E para coroar de fracasso o objetivo didático que o tal "fanzine" poderia ter, notem que foi adotado, ao longo de toda a publicação, este estilo tumultuado de diagramação, onde o "impacto" visual é mais valorizado do que a legibilidade e a compreensão, e causar uma "sensação" vale mais que levar à reflexão. O conteúdo do livreto, em boa parte de grande interesse, se embaralha e se perde em meio a uma profusão deselegante de cores e tipos diferentes, textos sobre fotos, fotos sobre fotos, desenhos, patterns psicodélicos, textos em corpo 6, tudo desanimando os leitores e deseducando as crianças. Afinal, acostumar as crianças com as boas normas da arte tipográfica e da comunicação visual eficiente e elegante ("a forma segue a função") faz parte da educação de um povo culto, que não se deixa enganar pela superexposição a estímulos como quer a tevê, a propaganda, e o programa de EA da UERJ. |