Boletim Informativo "Gestão Ambiental e Social" n# 03
Dezembro de 2012
Secretaria Estadual de Obras - RJ / Secretaria Estadual de Ambiente - RJ / Universidade Estadual do Rio de Janeiro

Após muitos meses sem se comunicar com a comunidade - período em que ocorreram muitos fatos e impactos importantes para o desenvolvimento da região - a equipe que vem implementando o Plano Básico Ambiental - criado pelo governo fluminense para suprir as falhas do EIA-RIMA da estrada-parque RJ-163 - lançou seu terceiro Boletim Informativo, que insiste em se autopromover em vez de aprofundar a discussão dos temas que mais nos preocupam.

Por ele, na página 1 ficamos sabendo que a obra de pavimentação da RJ-151 já foi licitada, e a vencedora foi a mesma empresa que pavimentou a RJ-163: a Ipê Engenharia Ltda.

O que mais surpreende é a licitação já ter ocorrido em 31 de outubro de 2012, quando só agora o governo se dispôs a discutir com os moradores qual o tipo de pavimentação será mais adequado para a região, de modo a evitar acelerar ainda mais a sua desfiguração.

Será que o valor apresentado (e vencedor), de 9.959.272,34, prevê a aplicação de asfalto ou de bloquetes? Ou tanto faz? Note-se que, ainda no dia 12 de dezembro, o Secretário Carlos Minc, da Secretaria Estadual de Ambiente, assim se manifestava, em mensagem enviada ao grupo responsável pelo abaixo-assinado com mais de mil assinaturas recomendando a pavimentação com bloquetes.

Carlos Minc < carlos.minc@.com>
Dec 12

Amigos , eu defendo Bloquetes!
Estamos c/ o Firmino argumentando c/ o DER e até propondo algum apoio .
Vamos pedir apoio p/ Vicente e Pezão .
Ecoabraços mantiqueiros do c.minc

Outro artigo que nos surpreende - ou até mesmo nos espanta - está publicado na página 3, onde lemos que as placas informando o limite do peso para os caminhões que trafegam na estrada-parque foram refeitas, atualizando esse limite e simplificando o texto - muito longo para ser lido por motoristas de veículos em movimento, que reclamavam da dificuldade para distinguir as letrinhas e da falta de acostamento que permitisse parar e ler com calma todo aquele texto.

Porém basta olhar a foto que ilustra o artigo perceberá que é a mesma placa de sempre, apenas foi colado um adesivo com "23 t" onde havia "16 t", permanecendo o mesmo texto longo que desafia os caminhoneiros. Será que a equipe de comunicação do PBA não verifica as informações que recebe do DER, mesmo conhecendo o "padrão de excelência" que lá impera? E para não sermos acusados de ficar só criticando, sugerimos uma placa mais legível.

Por fim, na quarta página, uma matéria sobre o projeto de Educação Ambiental previsto no PBA, que fica se achando o máximo, sem reconhecer que foi inócuo, não fez a menor diferença na comunidade - que em grande parte ainda precisa perceber o quanto depende da natureza para viabilizar seu futuro em tempos de caos climático e crises socioeconômicas crescentes. Se já percebesse, não hostilizaria os moradores acusados de "ambientalistas" nem reagiria de modo tão primitivo à criação do Parque Estadual da Pedra Selada.

Ao que consta, o projeto de EA do PBA, elaborado a priori e bem longe daqui, por pessoas muito menos experientes nessas questões do que muitos "ambientalistas" que vivem entre nós há anos, focou mais nas crianças, para quem foi produzida uma cartilha horrenda e incomunicável, distribuída há alguns meses nas escolas e já devidamente esquecida por todos. Até por que, até essas crianças crescerem, será tarde demais para evitar diversos problemas antes mesmo que surjam, ou se agravem, pois é melhor e mais barato prevenir do que remediar...






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