Sinalização viária também faz parte da Engenharia ... e padece da mesma decadência 

A engenharia rodoviária inclui, entre os objetos de seus estudos e projetos, a sinalização nas estradas - fundamental para a segurança e orientação dos usuários.

Para ganhar tempo e evitar erros e confusão, já existem normas, padrões e modelos internacionalmente adotados, inclusive no Brasil. Nos projetos de sinalização viária, além dos aspectos construtivos das placas, também são importantes os aspectos comunicativos, combinando os elementos textuais com os gráficos e visuais.

É evidente que não se concebe encontrar - ainda mais em placas oficiais de órgãos do governo - estruturas que despencam com o vento e erros crassos de português como se veem há meses nas placas do DER, e que revelam muito de sua negligência, incompetência, irresponsabilidade e desprezo pela cidadania.

No caso abaixo, várias placas como esta foram colocadas, em abril de 2012, em diversos pontos da estrada RJ-163, porém em junho elas já precisaram ser corrigidas por causa da alteração do limite máximo do "peso bruto total" - PBT, dos caminhões, de 16 para 23 toneladas - "meros" 43% a mais...

Como também houve muitas reclamações sobre a extensão do texto e a dificuldade para lê-lo, ainda mais em movimento, o DER ficou de reconfeccionar as placas de modo a torná-las mais legíveis. Agora, no Boletim Informativo do Programa Básico Ambiental , de dezembro de 2012, ficamos sabendo que as "novas placas" já foram instaladas, com o limite corrigido e o texto mais acessível.

Porém basta olhar para a placa que ilustra a matéria para ver que o DER apenas colou um adesivo nas placas informando o novo limite do PBT, e deixou o resto como estava. A equipe de comunicação do PBA não se deu sequer ao trabalho de observar a foto que publicou no seu próprio Boletim - nem de conferir nas placas afixadas na estrada - pois se olhasse perceberia que o texto continuava o mesmo.

Para onde quer que nos viremos, é a mesma decadência desoladora.   


Acima, uma das placas originalmente instaladas pelo DER-RJ, em abril de 2012, com o limite de 16 toneladas de peso bruto total - PBT para os caminhões, e com o texto longo e ilegível reclamado pelos motoristas.

Abaixo, .o adesivo que o DER-RJ aplicou sobre a informação referente ao limite máximo do PBT.

Acima, a mesma placa após a intervenção do DER-RJ, que se resumiu a aplicar o adesivo alterando o limite do PBT para 23 t; sem, porém, apresentar qualquer alteração no texto que atendesse às reclamações dos caminhoneiros
Abaixo, um estudo-proposta de como poderia ser a placa, usando letras em caixa-baixa (mais legíveis), reordenando as informações por ordem de prioridade, e eliminando as informações dispensáveis e incompatíveis em uma placa de trânsito, .