Considerações gerais
  1. É sabido que a sustentabilidade socioeconômica futura da região de Visconde de Mauá dependerá sempre da preservação do ambiente natural, indispensável para a viabilidade de nossa principal atividade econômica -- o turismo.

  2. Por outro lado, a preservação da natureza exigirá que o desenvolvimento socioeconômico seja bem orientado, de modo a evitar a degradação ambiental.

  3. Sendo assim, o desenvolvimento sustentável da região há de integrar a proteção ambiental com a promoção da economia local e a evolução cultural de seus moradores.

  4. Essa abordagem integrada demanda ações planejadas e permanentes na região muito além da capacidade operacional dos órgãos públicos, exigindo também a atuação sistemática das lideranças locais, comunitárias e empresariais, para envolver ativamente a população na construção de um futuro melhor.

  5. De fato, certas ações a serem demandadas ao poder público dependem pouco da ação das comunidades locais para serem implementadas -- como as obras de infraestrutura, a manutenção viária e predial, a gestão dos recursos hídricos, o tratamento dos efluentes líquidos, a fiscalização fundiária etc.

  6. Já outras ações - decisivas - dependem totalmente da integração dos órgãos e recursos públicos com a participação dos moradores para serem efetivas a curto e longo prazos, sendo indispensável envolver ativamente a comunidade e suas lidenanças na busca e implementação de soluções para desafios críticos como a divisão e o uso do solo, a geração de renda, a segurança pública, a gestão dos resíduos etc.

  7. Muitas dessas ações envolvem tecnologias alternativas, adequadas e descentralizadas, especialmente para o tratamento de águas servidas, a captação da energia solar e eólica, coleta e uso da água das chuvas, a produção e a comercialização de fertilizantes e de alimentos, e a geração energética a partir da biomassa e a capacitação profissional dos funcionários (em parceria com o Sebrae).

  8. Essas soluções poderão ser desenvolvidas em cooperação com universidades como a Estadual do Rio de Janeiro, a Associação Educacional Dom Bosco (ambas presentes em Resende), a Federal do Rio de Janeiro etc.

  9. Nesse processo permanente, as associações comerciais e comunitárias, bem como as Câmaras Temáticas (de Educação Ambiental, de Recursos Hídricos, de Resíduos Sólidos entre outras), do Conselho Consultivo do PEPS, terão papel fundamental.

Plano Estratégico de Desenvolvimento Sustentável
  • Para planejar e viabilizar essas ações, é indispensável a elaboração de um Plano Estratégico de Desenvolvimento Sustentável - PEDS, conforme previsto nas condicionantes exigidas quando do asfaltamento da RJ-163, em 2013.

  • Nessa época, o governo do estado do Rio contratou o Sebrae para cuidar da elaboração do PEDS, que, por sua vez, contratou a empresa Ideias, que nos enviou um casal de consultores para "facilitar o processo"... Foram então realizadas quatro reuniões no Hotel Bühler, mas que - por falta de metodologia adequada - não resultaram em nada, infelizmente...

  • Agora, oito anos depois do processo ter sido abandonado pela parceria SEBRAE-Ideias, é hora de retomarmos a elaboração do PEDS, porém a cargo da comunidade local, onde existem várias pessoas muito mais experientes e habilitadas para desenvolverem esse Plano Estratégico com o assessoramento do SEBRAE e do INEA.

  • Os recursos reservados pelo governo do estado do Rio para esse fim são vultosos, e poderiam ser muito melhor alocados -- direta e urgentemente -- em ações locais, em vez de destinados a pagamento de empresa de consultoria estranha à região.

Desafios prioritários
  1. Acesso à região: capacidade de carga; implantação do "pedágio verde" (valor, aspectos legais e operacionais); controle do excesso de veículos e dos congestionamentos nas atrações ecoturísticas, orientação, sinalização e cuidados para evitar os frequentes acidentes etc.

  2. Controle da poluição sonora: orientação para a Polícia Militar fiscalizar o nível de ruídos - especialmente das motocicletas, recolhendo as que emitam acima do limite legal suportável.

  3. Uso do solo, invasões e parcelamentos irregulares na região: necessidade de maior fiscalização e coibição de irregularidades e atividades predatórias; levantamento das áreas públicas e planejamento de sua utilização etc.

  4. Gestão de resíduos sólidos: melhoria na separação e coleta seletiva de resíduos recicláveis; compostagem dos resíduos orgânicos e uso do adubo produzido na agricultura local; economia circular; educação ambiental etc.

  5. Comunicação comunitária (atividade básica para viabilizar todo o resto): ação multimídia, focando na internet (mídias sociais); jornal-mural nos comércios mais frequentados pelos moradores; rádio-web etc.

  6. Envolvimento dos estudantes do Colégio Estadual Antônio Quirino e da Escola Municipal Francisco Quirino: desenvolvimento juvenil em geral; educação social; liderança, empreendedorismo; geração de renda etc., preparando-os para exercerem a governança da região daqui a pouquíssimas décadas...